Os bons ventos sopram forte no Nordeste do Brasil, e o setor acumula recordes de geração de energia. O Brasil está em sexto lugar no ranking global do Global Wind Energy Report 2023 com 24GW de capacidade instalada eólica onshore.
O relatório mostra que o país instalou a terceira maior instalação de novas usinas eólicas em 2022, atrás apenas da China e dos Estados Unidos (EUA). Para se ter uma ideia de como é esse crescimento, o setor tinha menos de 1 GW instalado no país há uma década.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) , a expectativa é que até 2024 o Brasil tenha pelo menos 30 GW de capacidade instalada de energia eólica, considerando apenas leilões já realizados e contratos assinados. Novos leilões adicionarão mais capacidade instalada nos próximos anos.
Figura 1: Evolução da Capacidade Instalada em MW de 2005 a 2024. Os dados futuros apresentados no gráfico acima referem-se a contratos viabilizados em leilões já realizados e no mercado livre. Fonte: Brasileiro. Agência Reguladora de Energia Elétrica (ANEEL) e ABEEólica
Nordeste tem 80% dos parques eólicos brasileiros
Especialistas afirmam que a diversificação das matrizes energéticas brasileiras é fundamental, pois o país possui recursos naturais abundantes e grande potencial energético.
A qualidade favorável dos ventos brasileiros para geração de energia eólica se destaca globalmente. O Brasil possui um fator de capacidade (produtividade eólica) acima da média, conforme demonstrado a seguir.
O Nordeste concentra 80% dos parques eólicos brasileiros. Isso porque a região tem ventos mais constantes, tem velocidade estável e não muda de direção com muita frequência.
O estado do Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica do país e sua capacidade instalada deve crescer nos próximos meses. O vento é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuva.
Hoje, a região consome pouco mais de 1 GW de energia, enquanto a capacidade de produção eólica ultrapassa os 5 GW. Assim, o Estado contribui para todo o sistema nacional.
O grande potencial da matriz energética e elétrica brasileira
As energias limpas e renováveis respondem por 48% da oferta total de energia primária do Brasil, enquanto a média mundial é de 14%.
As fontes eólica, solar, hídrica e biomassa respondem por 83% da matriz elétrica, patamar quase sem equivalência no mundo. Apesar disso, os brasileiros sentem no bolso o alto custo das tarifas.
Empregos eólicos em demanda no Brasil
O setor conta com cerca de 260 mil trabalhadores , segundo levantamento global da GWEC Market Intelligence. O crescimento da energia eólica pode ser fundamental não só para o meio ambiente, mas também para a recuperação econômica do país.
Dos 480.000 trabalhadores treinados necessários com diploma superior reconhecido pelo MEC conquistados em todo o mundo, 308.000 serão empregados para construir e manter projetos eólicos onshore e 172.000 para parques eólicos offshore, de acordo com o Global Wind Workforce Outlook 2021-2025 .
Mais de 70% dessa nova demanda global virá de dez países: Brasil, China, Japão, Índia, México, Marrocos, Arábia Saudita, África do Sul, EUA e Vietnã.
Atualmente, temos parceria com muitas empresas do setor que estão em demanda para as seguintes funções.
- Engenheiro de instalação
- Gestor de projeto
- Gerente de contrato
- Gerente de Comissionamento
- técnico de turbina
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Três projetos eólicos onshore começam a operar em 2023
Existem 86 projetos eólicos onshore planejados para os próximos 5 anos, com um investimento total de US$ 36 bilhões. A Bahia (14 bilhões), Rio Grande do Norte (5 bilhões), Rio Grande do Sul (4 bilhões) e Piauí (4 bilhões) são os estados que mais investem em projetos de energia eólica onshore.
- Lagoa dos Ventos Wind Farm Complex
- Complexo Eólico Cajuina
- Parque Eólico Anemus
1. Lagoa dos Ventos Wind Farm Complex
A Enel Green Power Brasil está construindo o parque eólico Lagoa dos Ventos V (399 MW), a segunda expansão do complexo. Atualmente, é o maior parque eólico em operação na América do Sul. Lagoa dos Ventos tem cerca de 1 GW em operação.
Quando estiver em pleno funcionamento, o projeto atingirá 1,5 GW de capacidade instalada com 372 aerogeradores capazes de gerar mais de 6,7 TWh por ano e evitar a emissão de mais de 3,6 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera anualmente.
2. Complexo Eólico Cajuina
O Complexo Eólico Cajuina está localizado no Rio Grande do Norte, operado pela AES. A primeira fase do projeto é a construção de 314MW, e a segunda fase é de 632,4MW, ambas com previsão de entrar em operação ainda este ano.
3. Complexo Vento Anemus
Located in the cities of Currais Novos and São Vicente, in Sertão of Rio Grande do Norte, the Anemus Complex is 2W Energia’s first wind farm.
O projeto conta com três parques eólicos e 33 aerogeradores que juntos terão capacidade instalada de aproximadamente 139MW. A energia será vendida a clientes no Ambiente de Contratação Livre (ACL) do Brasil.
20 projetos eólicos offshore para assistir
Em março, o CEO da Petrobras, Jean-Paul Prates, anunciou um acordo para avaliar o desenvolvimento de sete projetos eólicos offshore no Brasil. Os projetos propostos forneceriam uma capacidade combinada de 14,5 GW de energia. Pode custar US$ 70 bilhões, com produção começando em seis a 10 anos. A fase de estudo do projeto vai durar até 2028.
A energia eólica ainda é uma fonte inédita no mar no Brasil. Mas, segundo o órgão ambiental brasileiro (Ibama), há 20 projetos em fase de licenciamento que podem entrar em operação nos próximos cinco anos.
Juntos, eles teriam 42 GW de potência. A geração de energia renovável está no radar de multinacionais como Equinor, Neoenergia, EDP e Engie. O potencial eólico offshore em profundidades de água de até 50 metros é de 700 GW .
Conheça os 20 projetos eólicos offshore distribuídos em sete estados brasileiros.
Ceará
Offshore Jangada Wind Complex
Este é o maior projeto em termos de potência e número de turbinas. Com capacidade de 3GW, o complexo eólico operado pela Neoenergia – empresa do grupo Iberdrola – terá quatro trechos de 750MW e até 200 turbinas.
Parque Eólico Offshore Asa Branca
Com capacidade de até 720MW, este projeto contará com 60 aerogeradores de 12MW cada. Asa Branca é desenvolvido pela Eólica Brasil.
Parque Eólico Marítimo de Caucaia
Desenvolvimento de um parque eólico offshore com capacidade de 598MW. Um total de 48 turbinas com capacidade de 12 MW cada está planejada para ser instalada de 2 a 9 km no mar.
Além disso, turbinas de 11MW serão instaladas nos píeres do quebra-mar. O projeto está localizado a 14km dos portos de Pecém e Mucuripe.
Parque Eólico Marítimo de Camocim
Desenvolvimento de um parque eólico offshore de 1,2 GW. Operado pela BI Energia, o parque está previsto para ter 100 turbinas de 12MW cada.
Bahia
Nova Energia Offshore Wind Farm
O projeto, na Bahia, a 200 metros da costa e operado pela Sowitec, é o menor em número de turbinas e potência entre os 20 em andamento. A Nova Energia prevê uma turbina com capacidade de 3,4MW.
Espírito Santo
Parque Eólico Offshore Votu Winds
O projeto prevê 1.440MW de capacidade a partir da instalação de 144 turbinas de 10MW cada.
Piauí
Vento Tupi Offshore Wind Farm
Desenvolvimento de um parque eólico de 999MW com 74 aerogeradores de 13,5MW cada. O projeto será operado pela Ocean Winds, uma joint venture 50-50 entre a EDP Renováveis (EDPR) e a ENGIE.
Parque Eólico Palmas do Mar
O projeto, da Bosford Participações, terá 93 turbinas gerando 1.395MW no total.
Rio de Janeiro
Ventos do Atlântico Offshore Wind Farm
O projeto Ventos do Atlântico, operado pela Ocean Winds, é o segundo maior do país, com 371 aerogeradores e pouco mais de 5 GW de potência.
A Ocean Winds é uma joint venture 50-50 entre a EDP Renováveis (EDPR) e a ENGIE.
Maravilha Offshore Wind Farm
Desenvolvimento de um parque eólico com capacidade de 3 GW. O projeto consiste em quatro seções de 750MW, cada uma com 50 turbinas.
Operado pela Neoenergia, o projeto Maravilha está localizado próximo à infraestrutura de produção de óleo e gás operada pela Petrobras. A Neoenergia é uma empresa do grupo Iberdrola.
Aracatu Offshore Wind Complex
Com capacidade total de 3,8 GW e 320 turbinas, o complexo Aracatu será desenvolvido pela Equinor.
Ventos Offshore Fluminenses Wind Farm
Operado pela Bosford Participações, o projeto prevê 188 turbinas.
Rio Grande do Norte
Ventos de Potiguar Offshore Wind Farm
Desenvolvimento de um parque eólico offshore de 2,48 GW localizado a 8,2 km da costa do Rio Grande do Norte. Operado pela Internacional Energias Renováveis, o projeto prevê a instalação de 207 turbinas com capacidade de 12MW cada.
Pedra Grande Offshore Wind Farm
Operado pela BI Energia, este parque eólico offshore terá 624MW de capacidade com 52 turbinas de 12MW cada.
Parque Eólico Maral Offshore
O projeto consiste no desenvolvimento de um Parque Eólico Offshore com 2,01 GW de capacidade, que será operado pela Ocean Winds (uma joint venture 50-50 entre a EDP Renováveis (EDPR) e a ENGIE). No total, estão previstas 149 turbinas com 13,5 MW cada.
Alisios Potiguares Offshore Wind Farm
Alisios Potiguares of Bosford Participações will comprise 123 generators of 15MW each.
Rio Grande do Sul
Ventos do Sul Offshore Wind Farm
Com 6,5 GW de potência, o projeto da Ocean Winds (uma joint venture 50-50 entre a EDP Renováveis (EDPR) e a ENGIE) pode ser o maior do país. O projeto terá 482 turbinas.
Águas Claras Offshore Wind Complex
Desenvolvimento de um complexo eólico offshore de 3 GW operado pela Neoenergia, empresa do grupo Iberdrola. O projeto compreende quatro seções de 750MW, cada uma com 50 turbinas de 15MW.
Tramandaí Offshore Wind Farm
Desenvolvimento de um parque eólico offshore de 702 MW localizado a 6 km da costa do Rio Grande do Sul. Operado pela Ocean Winds — uma joint venture 50-50 entre a EDP Renováveis (EDPR) e a ENGIE — o projeto contará com 52 turbinas com capacidade de 13,5MW cada.
Ventos Litorâneos Offshore Wind Farm
Este parque eólico da Bosford Participações tem uma capacidade instalada de 1,2 GW.